Produto que previne lesões de pressão em usuários de cadeiras de rodas tem patente concedida | Universidade Feevale

Produto que previne lesões de pressão em usuários de cadeiras de rodas tem patente concedida

15/05/2023 - Atualizado 12h12min

almofada

Almofada composta por peças de diferentes densidades foi desenvolvida no PPG em Diversidade Cultural e Inclusão Social da Universidade Feevale

Entre os usuários de cadeiras de rodas, além das dificuldades de infraestrutura que estes têm de enfrentar, um problema é tão grave que pode levar à morte: as lesões de pressão, feridas causadas pela constante compressão e que podem ser diretamente responsáveis por diversos problemas. A posição sentada, que muitos precisam adotar em torno de 18 horas por dia, faz com que cerca de 75% do peso do seu corpo esteja apoiado em uma área relativamente pequena – as tuberosidades isquiáticas, dois ossos de forma arredondada que ficam na bacia e se assemelham a uma pirâmide invertida.

Pensando nessa população – que, segundo Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2019, é de cerca de 7,8 milhões – a Universidade Feevale desenvolveu, no Programa de Pós-Graduação em Diversidade Cultural e Inclusão Social, um projeto que deu origem a uma patente, concedida pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi). Trata-se da Almofada para prevenção de lesões de pressão em cadeirantes, um produto criado para ser substituto do assento da cadeira de rodas e garantir a estabilidade, o conforto e a segurança do usuário. O projeto foi idealizado no Trabalho de Conclusão de Curso de Design de Bruna Henkel Ferro Wiklicky e validado durante o mestrado, sob orientação da professora Jacinta Renner.

Desenvolvida com design ergonômico, a almofada segue as premissas do design inclusivo, sendo um produto de fácil acesso e versátil a ponto de atender à maioria dos usuários de cadeira de rodas. O produto é composto por peças de espumas de diferentes densidades que, quando encaixadas, constituem a almofada como um todo. A diferença nas densidades respeita a anatomia e as pressões exercidas de acordo com a área corporal, tanto as áreas de maior e menor pressão na posição sentada, oferecendo uma distribuição mais equitativa e uniforme das pressões. Em comparação às almofadas de peça inteira já existentes, o novo produto promove mais conforto e estabilidade – além de possuir um custo consideravelmente menor.

Franck, Jacinta e Bruna Franck, Jacinta e Bruna no Laboratório de Inclusão e Ergonomia (Labie)

Relevância social

Para Bruna, essa é uma pesquisa de importância social inestimável, pois possuir uma almofada adaptada para a prevenção de lesões, para os usuários de cadeiras de rodas, é uma ferramenta de inclusão social e de promoção da qualidade de vida.

Foram oito anos de estudo para chegar a um produto tão necessário para essas pessoas, e sem as quais ele não seria possível, pois contamos com voluntários em todas as fases do estudo. Ainda temos um caminho pela frente, que é conseguir uma empresa parceira para a fabricação, mas o fato de a patente ter sido concedida já nos deixa muito felizes”, diz a designer, que defendeu recentemente seu doutorado, também na área das tecnologias assistivas para pessoas com deficiência.

Jacinta Renner, professora do PPG em Diversidade Cultural e Inclusão Social, lembra que, por existir muitas pessoas com deficiência no Brasil, é necessário melhorar a qualidade de vida delas, e uma das maneiras é a tecnologia assistiva.

Esse produto tem um valor extremamente importante, tanto para a saúde e qualidade de vida quanto para o conforto dos usuários de cadeira de rodas, por possuir uma composição que respeita as diferentes densidades em locais específicos do corpo onde há mais atrito, e isso é uma grande vantagem”, explica Jacinta.

Um dos voluntários durante a fase de testes do projeto foi Adilson José Franck, de 40 anos e que, inclusive, tem um dos protótipos. Na sua opinião, uma almofada adaptada é um produto que ajudaria em muito os usuários de cadeiras de rodas, visto que, hoje, as melhores do mercado possuem um custo muito elevado. Para Franck, participar de pesquisas como essa é ajudar outros como ele a não passarem por tantas dificuldades.

Já participei de vários estudos na Feevale e participo sempre. Temos que ajudar o próximo”, completa Franck.

Saiba mais

O projeto, agora, busca por empresas parceiras. Mais informações sobre a invenção e como se tornar parceiro da Universidade Feevale podem ser obtidas pelo e-mail nitt@feevale.br.

 

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