Pesquisa foi realizada no âmbito dos mestrados em Indústria Criativa e Administração da Universidade Feevale
Em áreas mais criativas, a cocriação de valor com o cliente – ou seja, quando o cliente trabalha junto com o setor criativo –, embora possa gerar sua satisfação, pode prejudicar o retorno financeiro. É isso que conclui o artigo The Moderating Role of Creativity in the Relation Between Collaboration and Performance, dos mestrados em Indústria Criativa e Administração da Universidade Feevale. Escrito pelos professores Serje Schmidt, Dusan Schreiber, Cristiano Max Pereira Pinheiro e Maria Cristina Bohnenberger, o estudo foi publicado no International Journal of Innovation Management.
De acordo com o líder da pesquisa, professor Serje Schmidt, o objetivo foi verificar se a cocriação de valor com o cliente, na indústria criativa, teria resultados positivos ou negativos. “Em outros mercados, estudos mostram que essa prática é uma potencial fonte de inovação, gerando uma melhor aceitação dos produtos e, consequentemente, melhor desempenho das empresas”, explica.
Nosso intuito foi avaliar até que ponto artistas, artesãos, músicos, fotógrafos e outros profissionais criativos se beneficiam da interação com seus clientes para gerar valor compartilhado”, relata o pesquisador.
Para isso, foi feito um estudo com mais de 1.100 alunos da Universidade Feevale, que, após responderam a um questionário on-line, foram separados em grupos de profissionais mais criativos e menos criativos. Os resultados mostraram que, de fato, em profissões menos criativas a cocriação de valor impacta na satisfação dos clientes e gera um trabalho mais criativo. Entretanto, em profissões mais criativas, embora a satisfação do cliente também aumente, a resultado financeiro fica prejudicado. “Provavelmente, nesses casos, o cliente acaba impondo a sua visão e prejudicando a criatividade”, avalia Serje.
A pesquisa completa pode ser acessada no link: https://doi.org/10.1142/S1363919620500516.