Pesquisa de mestrado da Feevale é fonte para lei de combate à pobreza menstrual em Novo Hamburgo | Universidade Feevale

Pesquisa de mestrado da Feevale é fonte para lei de combate à pobreza menstrual em Novo Hamburgo

08/10/2021 - Atualizado 18h58min

Primeiros absorventes foram repassados a escolas da rede municipal de ensino

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A Prefeitura de Novo Hamburgo repassou na manhã desta sexta-feira, 8, os primeiros kits higiênicos com absorventes para as escolas da rede municipal de ensino. A solenidade, que ocorreu na Câmara Municipal, coloca em prática a Lei Municipal nº 3.306/2021, que prevê a distribuição gratuita de absorventes para estudantes de baixa renda, por meio das escolas públicas municipais.

Durante o processo de construção, contextualização e justificativa da proposta, que foi protocolada em fevereiro deste ano, a assessoria do parlamentar responsável pela construção do projeto de lei consultou a pesquisadora Caroline Willig (foto), doutoranda em Processos e Manifestações Culturais e integrante do grupo de pesquisa Criança na Mídia, da Universidade Feevale. Ela defendeu, em março deste ano, a dissertação “Tá de Chico?” Estigmas do Sangue na Mídia e na Escola, orientada pela professora Saraí Schmidt, doutora em Educação.

Para a sua dissertação de mestrado, a acadêmica realizou, em 2020, uma formação junto a professores de uma escola municipal. Neste ano, a formação está em sua segunda edição, sendo de acesso livre para todos os professores da rede municipal de ensino de Novo Hamburgo, por meio do convênio Educação Antidiscriminatória, firmado entre a Universidade Feevale, por meio do grupo Criança na Mídia, e a Secretaria Municipal da Educação.

foto Saraí e Caroline

Durante a solenidade, que contou com a presença de autoridades e representantes das mais de 50 escolas beneficiadas com o programa, Caroline fez uso da tribuna, afirmando que a pobreza menstrual é uma realidade na adolescência e precisa ser amplamente debatida.

Esse é o primeiro passo. O absorvente é um passaporte para as pessoas menstruantes. Eu não uso 'meninas' porque existem homens trans e pessoas não binárias que menstruam e é importante incluirmos elas na nossa linguagem para que possam ser incluídas também na sociedade. Nós precisamos avançar no que tange à diversidade de gênero e cultural, e também nas políticas públicas que não universalizam os sujeitos. Porque hoje o sujeito universal que está pautado nas leis é o homem cisgênero heterossexual branco e ele só existe se tem dinheiro. As mulheres, até pouco tempo atrás, não tinham nem banheiro na Câmara de Deputados porque só existiam homens dentro desses espaços de poder", explanou a doutoranda.

A professora e pesquisadora Saraí, responsável pelo grupo de pesquisa, destacou o impacto da pesquisa na sociedade.

Esse momento de hoje é muito importante para todos nós, onde conseguimos pensar em um trabalho de corrente entre o Legislativo, a Universidade e a Prefeitura de Novo Hamburgo. Estamos de mãos dadas e, juntos, somos mais fortes e vamos conseguir impactar esta cidade. E quando pensamos na questão da pobreza menstrual, infelizmente se trata apenas de uma forma de pobreza. Nós temos que combater, na verdade, a pobreza no país como um todo. Pensando como pesquisadora, é uma conquista ver que uma dissertação de mestrado, que eu tive a oportunidade de orientar na Feevale, é pioneira no Brasil quando se trata sobre a questão dos estigmas de sangue, da pobreza menstrual e do preconceito que se tem do corpo que menstrua. Nós entendemos que, sim, o preconceito que se tem ao sangue da menstruação precisa entrar no currículo e na discussão escolar", explicou.

A proposta, que foi protocolada pelo presidente da Câmara Municipal, vereador Raizer Ferreira, teve aprovação unânime entre os parlamentares e foi sancionada pela prefeita Fátima Daudt.

 

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