Formação para educadores de Novo Hamburgo começou nesta segunda-feira, 9, na Universidade Feevale
A Universidade Feevale iniciou nesta segunda-feira, 9, a formação de professores da rede pública de Novo Hamburgo com o tema Os perigos dos silêncios no território escolar: limites e possibilidades da educação antidiscriminatória. O curso integra o convênio Educação Antidiscriminatória, que é realizado entre a Feevale e Secretaria Municipal de Educação de Novo Hamburgo. A proposta é delinear estratégias pedagógicas diante da cultura discriminatória que invade o território escolar de diferentes formas e potencializar a escola como espaço para promover o debate sobre Direitos Humanos.
O curso será realizado por meio de encontros, uma vez por mês, sempre em segundas-feiras, até novembro deste ano. As temáticas abordadas serão: Raça e Interseccionalidade no território escolar: desafios e possibilidades para a escola contemporânea; Dignidade menstrual, infâncias e violência; Educação para os direitos humanos: um compromisso pedagógico; Docência e diversidade: práticas pedagógicas para uma educação plural; O perigo dos silêncios: falar sobre diversidade é salvar vidas; e Alfabetização midiática-visual: um direito humano na escola.
Neste primeiro encontro, a formação contou com a participação de mais de 80 representantes de escolas municipais. Conforme Saraí Schmidt, coordenadora do grupo de pesquisa Criança na Mídia: Núcleo de Pesquisa em Comunicação, Educação e Cultura da Feevale, que lidera os trabalhos na Instituição, o objetivo é promover uma cultura antidiscriminatória na educação básica. “Os pesquisadores têm o compromisso de disseminar o conhecimento construído na universidade no sentido de tornar a escola um local livre de preconceito e discriminação”, afirma.
O secretário de Educação de Novo Hamburgo, André Luis da Silva, falou sobre a necessidade de mostrar que a escola é um lugar seguro, amplo, diverso e que pode proporcionar tranquilidade para que todos possam aprender da melhor forma possível. “É importante criar estratégias para, realmente, colocar em prática tudo aquilo que entendemos enquanto diversidade e modernidade na educação. Por isso, estamos muito felizes com essa parceria com a Universidade e com os projetos de formação continuada”, disse.
Já o reitor da Feevale, José Paulo da Rosa, ressaltou a satisfação da Universidade em poder proporcionar momentos como esse, uma vez que a educação, especialmente a educação básica, deve ser tratada como prioridade. “Parabenizo ao secretário André Luis por ter tocado os projetos em parceria com a Instituição e ressalto que temos uma série de pesquisas e projetos que podem ajudar o Município a melhorar a qualidade na educação. Contem conosco e ótima formação”, desejou a todos.
Sobre a formação
O desenvolvimento dos trabalhos é liderado pelo grupo de pesquisa Criança na Mídia: Núcleo de Pesquisa em Comunicação, Educação e Cultura da Feevale, mobilizando acadêmicos dos programas de pós-graduação em Processos e Manifestações Culturais e em Diversidade Cultural e Inclusão Social, além da integração com o projeto de extensão Cidade Viva: crítica midiática como ato comunicacional antidiscriminatório. E, ao final do curso de 2025, serão realizadas mesas temáticas para trocas de experiências realizadas nas escolas ao longo do ano.
Por meio do convênio Educação Antidiscriminatória, lançado em julho de 2021 entre a Universidade Feevale e a Prefeitura Municipal de NH, as/os pesquisadores/as compartilham suas pesquisas com o objetivo de oferecer elementos para a construção coletiva de uma educação pública antidiscriminatória em Novo Hamburgo. O trabalho foi iniciado de forma online no contexto da pandemia e depois teve prosseguimento de forma presencial, por meio de uma sequência de formações docentes e materiais pedagógicos, ratificando o comprometimento da Feevale em buscar alternativas para atender às demandas da comunidade diante dos desafios da educação no século XXI.
Dignidade menstrual, infâncias e violências
Cartografias menstruais: América Latina e Novo Hamburgo foi o tema da palestra do primeiro encontro e será ministrado pela pesquisadora Caroline Luiza Willig, doutora em Processos e Manifestações Culturais pela Universidade Feevale e integrante do grupo Criança na Mídia. A pesquisadora discute a importância do território escolar como espaço para promover o debate sobre a dignidade menstrual e apresenta a intervenção artística Menstruação: cores, dores e odores. A exposição integra as investigações e artivismos de mestrado e doutorado de Caroline Luiza Willig. Surge a partir de pesquisas-intervenções realizadas junto da Rede Municipal de Educação de Novo Hamburgo sobre temáticas que buscam a desconstrução de estigmas e a construção de políticas que respeitem os direitos humanos de menstruantes, por meio do convênio Educação Antidiscriminatória.