27/06/2016 - Atualizado 14h59min
Nesta terça-feira, dia 28, estudantes da Universidade Feevale entregarão 40 itens à Associação dos Lesados Medulares do Rio Grande do Sul, para melhorar a vida de seus integrantes

Professor Menezes (com a caneta) orienta a finalização dos produtos
Os 26 acadêmicos das disciplinas Projeto de Fábrica e Gestão da Produção Aplicada, dos cursos de Engenharia de Produção e Gestão da Produção Industrial, respectivamente, tiveram a experiência real, durante este semestre, de projetar uma fábrica. Utilizando vários resíduos e madeira como matéria-prima, os estudantes produziram diversos produtos que serão doados à Associação dos Lesados Medulares do Rio Grande do Sul (Leme), nesta terça-feira, dia 28. A atividade acontecerá a partir das 16h30min, na sede da associação (Rua Saldanha Marinho, 291, bairro Rio Branco, Novo Hamburgo). Estarão presentes os professores responsáveis pelas disciplinas (Felipe Menezes e Ariel Peixoto Possebon), os acadêmicos, a diretoria da Leme e os usuários da associação.
Os artefatos consistem em mesas multifuncionais adaptáveis às cadeiras de rodas, suportes para telas de pintura, bases giratórias e cintos para transição cadeira-cama, ganchos e cestos para acessar objetos em locais altos, e bancadas de terapia ocupacional. Foram fabricadas oito unidades de cada um dos produtos, totalizando 40 itens. O mote do trabalho foi desenvolver produtos para melhorar a vida dos portadores de deficiência medular, utilizando-se de doações das sobras das indústrias da região, além de excedentes da própria Universidade, principalmente madeira.
Orientados pelos professores Felipe Menezes e Ariel Peixoto Possebon, os acadêmicos trabalharam sob os princípios das metodologias ativas, em que o aluno é o agente da sua própria aprendizagem. Assim, eles tiveram de aprender sobre o produto escolhido, qual o processo de fabricação, quais os custos, qual matéria-prima e mão de obra utilizada, qual o layout da fábrica, qual o tempo de fabricação, entre todos os aspectos da produção de um artigo viável comercialmente. Os alunos ainda deveriam produzir um item do produto na tecnologia de impressão 3D. As aulas aconteceram na Oficina de Design, localizada na sala 112 da Oficina Tecnológica, no Câmpus II, local que possui toda a estrutura de uma fábrica.
De acordo com o professor Felipe Menezes, a metodologia ativa favorece o trabalho em equipe, a autonomia e a possibilidade de o aluno contribuir com a sua experiência prévia, ou seja, aquela que ele traz do mercado para a sala de aula. Em uma aula expositiva, ao aluno cabe apenas receber o conteúdo e cumprir tarefas, mas com a metodologia ativa, ele toma a iniciativa e constrói o próprio conhecimento. Além disso, o fato de o aprendizado dos alunos resultar em uma ação social e favorecendo a sustentabilidade, pelo uso de material reaproveitado, incute significado a todo o projeto.
Conforme o professor, além das metodologias ativas, o aluno tem a possibilidade de ter uma visão integral do mundo por meio do projeto. “Isso porque o trabalho tem um viés sistêmico, em que o aluno é estimulado a ter responsabilidade ambiental (resíduo como matéria-prima), responsabilidade social (doação dos produtos), sustentabilidade econômico-financeira (viabilizar a fábrica) e ter espírito de empreendedor (o aluno é autônomo nas suas atividades)”, explica.