Projeto de Prevenção e Combate à Dengue, realizado em parceria pela Feevale e Prefeitura, divulgou resultados do segundo LIRAa do ano
Crédito: Adriana Seibert/PMNH
O projeto de Prevenção e Combate à Dengue, realizado em parceria pela Universidade Feevale e a Prefeitura Municipal de Novo Hamburgo, divulgou um boletim informativo com os resultados do segundo Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa) do ano. O relatório expõe, em números, a quantidade expressiva de mosquitos transmissores do vírus da dengue e outras arboviroses que estão presentes no município. O índice encontrado pela equipe dos Agentes de Combate às Endemias (ACEs), da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) – responsável por realizar as atividades em campo –, foi igual a 7, ou seja, conforme definições do Ministério da Saúde, Novo Hamburgo se encontra em perigo de surto para doenças virais transmitidas pelos mosquitos.
Por meio do LIRAa, são visitados, aproximadamente, 5% dos imóveis da cidade em um curto período, gerando um indicativo dos níveis de infestação, a fim de facilitar as ações de controle. Durante a semana do levantamento, entre 12 e 16 de maio, os agentes visitaram 4.049 imóveis, nos quais foram coletadas 415 amostras de formas imaturas de mosquitos, as quais foram encaminhadas para identificação no laboratório da Universidade Feevale.
Cerca de 86% das amostras foram obtidas em imóveis utilizados como residências, comércios ou empresas; o restante, 14%, foi encontrado em terrenos baldios. Os depósitos mais comuns, assim como em anos anteriores, seguem sendo os pequenos recipientes móveis: baldes, bebedouros de animais, vasos com plantas e pratinhos de vasos de flor. Depósitos fixos, como piscinas e ralos, além dos resíduos descartáveis (lixo) também representaram grande número.
O índice registrado no levantamento corrobora o estado de surto em Novo Hamburgo, que conta com mais de 2260 casos de dengue confirmados e um óbito pela doença. O esperado daqui para a frente é que, com a chegada do inverno, a presença de mosquitos diminua no ambiente. “Estamos finalizando o momento mais complexo da sazonalidade da doença, mas mesmo assim, necessitamos do apoio da população para que, além de inspecionar seus imóveis na busca por depósitos com água parada, procure as Unidades de Saúde sempre que apresentar sintomas suspeitos. Todo o esforço no combate aos depósitos com água parada e eliminação de ovos (que podem ficar viáveis nos recipientes por mais de 400 dias e, até mesmo, sem água), durante os próximos meses, terá grande influência em como será o próximo verão/outono”, explica o coordenador do projeto de Prevenção e Combate à Dengue da Feevale, Tiago Filipe Steffen.
Até o dia 31 de maio, todos os bairros do município apresentaram registros de dengue, porém, as regiões mais afetadas pela circulação viral foram os bairros Canudos e São Jorge, com mais de 80% dos casos confirmados. Em Novo Hamburgo, até a data, haviam sido recebidas 3.043 notificações de casos suspeitos de dengue, sendo 2.263 confirmados, 380 em investigação e 400 descartados.
Notificações são essenciais para o planejamento das ações
A coordenadora da Vigilância Ambiental em Saúde, a veterinária Julyana Simões Matos, destaca que apesar da queda nas temperaturas, a população não pode diminuir os cuidados com a água parada, principalmente, porque os episódios de chuva estão mais recorrentes. “Todos precisam fazer a sua parte. A cidade está infestada e o número de casos pode aumentar se não termos o cuidado necessário”, salienta.
Julyana destaca o trabalho de prevenção do Município, que realiza fiscalizações regulares com as equipes da Vigilância Ambiental em Saúde e dos Agentes de Combate às Endemias, com possibilidade de notificações, autuações e multas, conforme a gravidade de cada situação. Inclusive, os agentes são remanejados para regiões mais afetadas quando necessários. Além disso, o Município utiliza métodos adicionais de combate ao mosquito, como a aplicação de inseticidas.
O único meio disponível para organizar esse tipo de ação e controle de focos é através das notificações, momento em que o cidadão com sintomas de dengue procura o auxílio junto às unidades de saúde (públicas ou particulares). É após esse contato que a vigilância passa a realizar as ações que o Ministério da Saúde recomenda. A capacitação do pessoal, a disponibilidade de testes rápidos e o controle de Pontos Estratégicos complementam as estratégias que o setor público mantém para o combate às doenças transmitidas por mosquitos.
Em casos de denúncia, a população pode acionar o serviço de fiscalização pela ouvidoria SUS, por meio do WhatsApp (51) 99831-6500.
Saiba mais
O Projeto de Extensão de Combate e Prevenção ao Mosquito da Universidade Feevale está disponível para realizar atividades sobre o tema em escolas, entidades comunitárias e empresas. Os agendamentos podem ser feitos pelo email projetodengue@feevale.br.