Dispara número de casos de Covid-19 no Vale do Sinos | Universidade Feevale

Dispara número de casos de Covid-19 no Vale do Sinos

16/12/2022 - Atualizado 14h20min

Levantamento da Universidade Feevale mostra que atual média de casos é equivalente à média de março deste ano, quando a situação ainda era instável

Covid

Apesar do número de internações por Covid-19 não ser o mesmo de um ano atrás, quando a situação ainda era grave, com muitos óbitos, os indicadores estão subindo novamente no Vale do Sinos, demonstrando uma nova onda de infecções. Boletim divulgado pelo Laboratório de Microbiologia Molecular (LMM) da Universidade Feevale nesta sexta-feira, 16, aponta que a média móvel de casos na região chegou a 2.432. Na semana passada era 1.530, no início do mês 1.109 e, em 4 de novembro, 69.

Essa nova evolução dos casos de Covid-19 tem preocupado os pesquisadores. O virologista Fernando Spilki, pró-reitor de Pesquisa, Pós-graduação e Extensão da Universidade Feevale, faz um alerta. “Se ainda restava alguma dúvida se poderíamos passar por uma onda neste final de ano, infelizmente estamos vendo que se repete o quadro de anos anteriores, com uma elevação muito importante de casos”, afirma. Segundo ele, é necessário adotar medidas de proteção individual. “Se as pessoas sentirem algum tipo de insegurança quanto ao local em que estão, se houver muita aglomeração, devem fazer uso da máscara”, orienta.

Spilki aconselha, ainda, àqueles que ainda não completaram o calendário vacinal, que busquem a renovação de suas vacinas. “É preciso evitar, efetivamente, doença mais grave. Imaginamos que esta pode ser uma temporada mais longa. O número de casos pode ser dinamizado como foi nos outros anos, até em função de reuniões e festas de final de ano e, também, do período de férias”, explica.

Sublinhagem B.Q.1.1 da Ômicron predonima

Nesta quarta-feira, 14, a Universidade Feevale já havia divulgado que novas amostras de SARS-CoV-2 foram submetidas ao sequenciamento genômico no seu Laboratório de Microbiologia Molecular (LMM). As 19 amostras foram coletadas entre os meses de outubro e novembro deste ano, sendo oriundas de pacientes residentes em Estância Velha (11), Campo Bom (4) e Novo Hamburgo (2), além de pacientes que estavam em viagem à Europa e chegaram no Rio Grande do Sul no final de outubro apresentando sintomas, estando um deles infectado com a sublinhagem B.Q.1.

Os genomas sequenciados foram caracterizados como pertencentes à linhagem Ômicron (100%), das seguintes sublinhagens: Clado 22B - BA.5.1 (1), BA.5.3 (5), BE.1 (1); Clado 22E – BQ.1 (1), BQ.1.1 (8), BQ.1.1.18 (1), BQ.1.22 (1); e Clado 22F – XBB (1). A linhagem mais prevalente foi a BQ.1.1, com 44% das detecções. “Atualmente, a VOC – variant of concern ou variante de preocupação – Ômicron é a variante globalmente majoritária. Os resultados demonstram o avanço da sublinhagem B.Q.1.1, conforme observamos em outras regiões do país”, explica o virologista Fernando Spilki, pró-reitor de Pesquisa, Pós-graduação e Extensão da Universidade Feevale.

As sequências foram alinhadas com genomas completos de SARS-CoV-2 de diferentes variantes. Todos os dados estão sendo disponibilizados em bases de dados públicos nacionais (Corona-Ômica.BR – MCTIC) e internacionais (Gisaid), com posterior submissão do trabalho ao periódico científico.

Dados acompanham cenário mundial

O Laboratório de Microbiologia Molecular (LMM) vem realizando, desde janeiro de 2021, o acompanhamento epidemiológico de SARS-CoV-2. Com o surgimento da VOC Ômicron, em dezembro do ano passado, vem sendo possível demonstrar que essa variante é predominante desde janeiro de 2022, dados que vêm acompanhando o cenário mundial.

A Ômicron é composta por várias sublinhagens, sendo que, inicialmente, a BA.1, BA.1.1 (Clado 21K) e BA.2 (Clado 21L) eram as mais comuns. “A proporção de sequências relatadas, globalmente designadas como BA.2, foi aumentando em relação à BA.1, o que também pôde ser observado no nosso acompanhamento. Em maio e junho deste ano, a maioria das amostras corresponderam à linhagem BA.2”, afirma Spilki.

Alguns estudos demonstraram que a BA.2 seria mais transmissível do que a BA.1 e mais eficiente em infectar pessoas vacinadas e com uma terceira dose de reforço do que as variantes anteriores. Além disso, sequências recombinantes que têm sido relatadas mundialmente também foram descritas no monitoramento da Feevale. Já os dados da Universidade de julho e agosto destacaram o aumento na detecção do Clado 22B, com destaque para BA.5.2, BA.5.2.1 e BA.5.1, e para a primeira aparição da BF.12 na região. “Essas sublinhagens tiveram as suas primeiras detecções no Brasil no início de maio e, no Rio Grande do Sul, no final de maio. No mesmo período, ocorreu a introdução da BA.4 e da BA.4.6 (Clado 22A), sendo que, em agosto, a BA.4.6 já representava 28% das nossas amostras sequenciadas naquele mês”, diz Spilki.

Os dados mais recentes, de outubro e novembro, confirmaram a tendência da circulação das sublinhagens do Clado 22B, especialmente a BA.5.3, que foi detectada em ambos os meses. Nesse período também houve uma importante representatividade de algumas das sublinhagens que compõem o Clado 22E, que mundialmente vem sendo relacionado com o novo aumento de casos de Covid-19 em diversos países, incluindo o Brasil.

Conforme dados da Universidade Feevale, em 26 de outubro deste ano houve a detecção precoce da BQ.1.1, em um paciente com histórico de viagem para a Europa, que chegou ao Rio Grande do Sul já apresentando sintomas. “Essa sublinhagem vem confirmando uma tendência de alta na circulação, uma vez que, das nossas amostras sequenciadas de novembro, a maioria foi correspondente a ela (44%)” – conclui Spilki – “Além da representatividade da BQ.1.1 em novembro, também detectamos mais sequências correspondentes ao Clado 22E, apresentando 6% de detecção das sublinhagens BQ.1, BQ.1.1.18 e BQ.1.22”.

 

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