Novos equipamentos de ponta, somados a todas as outras terapias disponíveis, colocam o Cies como espaço de excelência no tratamento fisioterapêutico

Conforme a Organização Mundial de Saúde, mais de um bilhão de pessoas em todo o mundo convivem com limitação física, dentre os quais, cerca de 200 milhões experimentam dificuldades funcionais consideráveis. Nos próximos anos, essa será uma preocupação ainda maior, porque sua incidência tem aumentado, especialmente em função do envelhecimento das populações e do aumento global de doenças crônicas tais como diabetes, doenças cardiovasculares, câncer e hipertensão.

O Centro de Especialidades em Saúde (Cies) da Universidade Feevale vem se estabelecendo, desde a sua inauguração, há quase seis anos, como espaço de excelência em reabilitação. Isso se torna cada vez mais relevante, uma vez que quase todas as pessoas terão algum tipo de limitação física temporária (seja após uma cirurgia ou trauma, por exemplo) ou permanente em algum momento de suas vidas (em função do envelhecimento). Nesse sentido, a Clínica de Fisioterapia passa a contar com mais dois recursos de ponta, que colocam o Universidade como referência na área da reabilitação no Vale do Sinos e Região Metropolitana, entre as instituições de ensino. Trata-se de uma Unidade de Treinamento Locomotor e de um Universal Exercise Unit (UEU). Totalizando cerca de R$ 90 mil em investimento, os dispositivos permitem uma série de possibilidades de tratamento em fisioterapia neurofuncional, para pacientes de todas as idades.

O treinamento locomotor é uma abordagem da fisioterapia neurofuncional que favorece a habilidade de caminhar, melhorando o desenvolvimento motor e cognitivo. Na reabilitação em Unidade de Treinamento Locomotor, são realizadas atividades em uma esteira equipada com mecanismo de suspensão do peso corporal (guincho, balança e colete), que proporcionam o alívio do peso do adulto, facilitando o treino de marcha com alinhamento adequado e maior eficiência. A progressão também envolve tempo na esteira, velocidade, distância percorrida, sentido e inclinação do equipamento.

O foco é sempre em obter mais controle e realizar movimentos do corpo o mais próximo possível do natural”, explica o coordenador do curso de Fisioterapia, Cesar Augusto Teixeira.

O equipamento pode ser utilizado por pacientes de todas as idades, inclusive bebês que precisam de maior suporte no aprendizado da marcha. É o caso de Anthony Rafael Lopes da Silva que, na idade de um ano e cinco meses, participa do projeto social Mãe-Bebê desde que deixou o hospital, após nascer com 26 semanas (prematuro extremo) e uma hemorragia cerebral de grau 4. Sua mãe, Patrícia Lopes da Silva, 34, moradora de Novo Hamburgo, conta que as sessões no Cies buscam a estimulação cognitiva de Anthony, e com a nova unidade de treinamento, será possível ampliar as suas possibilidades de aprendizado (foto à direita, com a professora Simone).

Conforme explica a professora Simone de Paula, o treinamento locomotor é uma técnica da área da fisioterapia neurofuncional que, conforme as evidências científicas, se mostrou muito efetiva para pacientes com sequelas neurológicas, como aqueles com doença de Parkinson, traumatismo craniano, doenças degenerativas, crianças com paralisia cerebral, pessoas com síndrome de Down, com lesões medulares ou em recuperação de um acidente vascular cerebral. “O equipamento possibilita que o terapeuta consiga fazer uma série de ajustes de postura, de marcha e de peso, sendo considerado uma das abordagens mais seguras e com resultados mais positivos”, afirma, lembrando que, inclusive, pacientes que ainda não conseguem caminhar podem realizar a terapia no dispositivo com total segurança.

Já a Universal Exercise Unit (UEU) ou Unidade Universal de Exercícios é um sistema de suspensão que utiliza cintos, cordas elásticas e um sistema de roldanas para permitir que pacientes com distúrbios neuromusculares se movam mais livremente. Permite suspender segmentos corporais para eliminar a força da gravidade e reduzir o peso, o que torna o exercício de fortalecimento mais fácil do que os exercícios tradicionais, isolando grupos musculares, fornecendo assistência e resistência adequadas para músculos ou grupos musculares fracos na conclusão do movimento completo. “O objetivo é melhor o padrão de movimento e acelerar o desenvolvimento de habilidades funcionais importantes para reestabelecer a funcionalidade”, pontua Teixeira.

Alfredo na Unidade Universal de Exercícios

Embora a Unidade Universal de Exercícios seja recomendada para todas as idades, as crianças em especial irão se beneficiar com o dispositivo. Suas características e sua instalação em uma área mais lúdica do Cies permitem uma série de tratamentos aos pequenos pacientes. É o que descobriu o pequeno Alfredo de Oliveira Silva que, com um ano e 10 meses, ainda tem dificuldade em dobrar os joelhos. A equipe de estudantes, orientada pela professora Simone, imediatamente iniciou um protocolo de exercícios laterais na unidade, para estimular os movimentos do menino. Tudo sob a aprovação do pai, Arlindo Genz da Silva, morador de Novo Hamburgo.

Conforme o professor Teixeira, além de os novos equipamentos se configurarem com um estímulo mais rápido e efetivo para a recuperação do paciente, o fisioterapeuta formado na Instituição terá acesso a uma tecnologia que é referência nos mais modernos centros de tratamento.

Os dispositivos de fisioterapia neurofuncional habilitam o Cies como um espaço de referência para a reabilitação na região, não só em relação à sua aquisição, mas como complementação a todos os outros recursos já disponíveis, como fisioterapia aquática, cardiovascular, pélvica, esportiva, entre outros”, pontua Teixeira.

Várias terapias disponíveis no Cies podem se combinar no tratamento

Mas todo o ambiente da Clínica de Fisioterapia do Cies está disponível para reabilitação, inclusive a baseada na fisioterapia cardiopulmonar. Nas últimas três décadas, inúmeros trabalhos científicos publicados no mundo todo atestam o papel dos programas de reabilitação na melhora da qualidade de vida, da capacidade cardiorrespiratória, bem como na sobrevida, tendo despontado como tratamento imprescindível na Síndrome Pós-Covid.

Durante as aulas, os professores e estudantes avaliam cada paciente, sendo que os tratamentos podem se inter-relacionar em uma série de protocolos. Na disciplina de Fisioterapia Cardiovascular do curso de Fisioterapia, por exemplo, os estudantes atendem, a cada semestre, a pacientes encaminhados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Além de serem avaliados, os beneficiados são acompanhados em um tratamento que envolve exercícios aeróbicos e de resistência, sob a orientação do professor Luiz Felipe Frohlich. Os exercícios consistem nas mais atualizadas diretrizes brasileiras, baseadas em evidências, preconizadas pela ciência.

“Além de enxergar a fisioterapia em seu ambiente de prática, com as mais avançadas técnicas do mercado, podendo exercer um programa de recuperação, o estudante tem a oportunidade de estabelecer uma relação com o paciente, o que é positivo para que vá obtendo experiências e preparando-se para o atendimento humanizado”, explica Frohlich. A acadêmica Susane Vargas (foto à direita), 33 anos, concorda.

Ter essa vivência com os pacientes é muito bom. A teoria e o embasamento são importantes, mas apenas com a prática vão surgindo as dúvidas e nós conseguimos ter noção realmente do que fazer”, afirma Susane.

Veja algumas áreas especializadas de tratamento fisioterapêutico oferecidas pelo Cies

• Fisioterapia pélvica: é indicada, principalmente, para gestantes em preparação para o parto e no pós-parto, disfunções sexuais masculinas e femininas, tratamento de incontinência urinária e fecal, prolapso dos órgãos pélvicos, e dores em geral que têm relação com a região pélvica, abdominal e coluna.
• Fisioterapia cardiopulmonar: baseia-se em exercícios aeróbicos (caminhadas no solo ou em esteira, bicicleta ergométrica) e resistidos (utilizando pesos, estações de musculação) que condicionam o paciente, gerando diminuição da falta de ar, e melhor desempenho nas atividades de vida diária. É de grande importância na recuperação infarto, pós-operatório, em pacientes hipertensos ou com problemas cardíacos.
• Fisioterapia dermatofuncional: dedica-se ao pré e pós-operatório de cirurgia plástica, pré e pós-operatório de cirurgia bariátrica, angiologia e linfologia, dermatologia, estética e cosmetologia, endocrinologia e queimados. O objetivo é desenvolver e conservar a capacidade físico-estético-funcional nos distúrbios endócrinos, metabólico, dermatológicos, linfáticos, circulatórios, osteomioarticulares e neurológicos, tanto clínicos quanto cirúrgicos, que fazem a inter-relação com a pele (sistema tegumentar).
• Fisioterapia aquática: utiliza exercícios terapêuticos e métodos específicos em piscina aquecida para tratar diversos tipos de patologias nas áreas da ortopedia, reumatologia, oncologia, neurologia, cardiorrespiratória, desportiva, geriatria e pediatria.
• Fisioterapia neurofuncional: atua de forma preventiva, curativa, adaptativa ou paliativa nas sequelas resultantes de danos ao Sistema Nervoso, abrangendo tanto o Sistema Nervoso Central como o Periférico, bem como àqueles com doenças neuromusculares (do neurônio motor, da placa motora e do músculo propriamente dito – miopatias).
• Fisioterapia esportiva: engloba o enfoque esportivo com ações de prevenção, promoção, proteção, educação, intervenção terapêutica e recuperação funcional do atleta amador e profissional.
• Fisioterapia oncológica: proporciona a assistência específica a pessoas com limitações funcionais causadas por doenças oncológicas.

Sobre o Cies

O Centro Integrado de Especialidades em Saúde (Cies) atende a pacientes provenientes de convênios com secretarias de saúde da região (via Sistema Único de Saúde), filantropia e particular. Os agendamentos podem ser realizados pelo e-mail cies@feevale.br, pelo telefone (51) 3586-8813, ou presencialmente (Rua Rubem Berta, 200, Novo Hamburgo). Para a possibilidade de gratuidade, é realizada uma avaliação socioeconômica com assistente social.

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