Plantas que tratarão esgoto já estão sendo cultivadas na Universidade Feevale | Universidade Feevale

Plantas que tratarão esgoto já estão sendo cultivadas na Universidade Feevale

01/07/2015 - Atualizado 12h54min
Projeto é fruto de uma parceria entre a Instituição, a Prefeitura de Novo Hamburgo e a Comusa

O processo que fará Novo Hamburgo tratar 82% do esgoto sanitário gerado no Município contempla o cultivo de uma simples planta que fará praticamente tudo sozinha para devolver ao Rio dos Sinos uma água mais limpa. Desde 2012, a Comusa – Serviços de Água e Esgoto de Novo Hamburgo e a Universidade Feevale trabalham no cultivo de Typhas domingensis em laboratório. As plantas aquáticas, popularmente conhecidas como taboas, serão utilizadas na futura Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Luiz Rau/Pampa, que será construída no bairro Santo Afonso. Uma tecnologia sustentável de tratamento de efluente, com menos gastos e com eficácia semelhante a processos convencionais.
 
A tecnologia, importada da Espanha, propõe tratar o esgoto com filtros de plantas macrófitas em flutuação. Ou seja, utilizar as taboas para depurar os resíduos antes de despejá-los no Rio dos Sinos. As plantas absorvem as impurezas e injetam oxigênio de forma natural no esgoto, além de fornecerem uma grande superfície para a fixação de microrganismos que auxiliam no processo de purificação, por meio do filtro de raízes. “Uma vez formado o filtro flutuante de plantas, o oxigênio é injetado diretamente do ar para o esgoto, através das folhas e raízes”, explica a bióloga Daiane Trindade Costa, responsável pela produção de mudas no Laboratório de Biotecnologia Vegetal da Universidade Feevale.
 
O projeto sustentável exige um cultivo imenso de mudas. A Comusa está construindo um protótipo da futura ETE no Loteamento Morada dos Eucaliptos. Uma espécie de miniatura da grande estação que está por vir. Somente para este protótipo, serão necessárias cerca de 100 mil mudas para uma área de 850 metros quadrados. Já para a ETE Luiz Rau/Pampa, que terá uma área de 11 hectares, com nove lagoas de tratamento, serão necessárias aproximadamente 2 milhões de mudas.
 
Novo Hamburgo será exemplo para o Brasil no que se refere ao tratamento de esgoto. Estão em pleno andamento as obras do Sistema de Esgotamento Sanitário (SES), que objetiva tratar, pelo menos, 82% dos resíduos gerados na cidade. “Temos um forte compromisso com a comunidade e com o meio ambiente. O Município nunca investiu tanto em saneamento”, frisa o prefeito Luis Lauermann. Ao todo, todo o Sistema de Esgotamento Sanitário (SES) compreende investimentos de R$ 120 milhões. Atualmente, a Comusa mantém experimentos com plantas macrófitas na ETE Mundo Novo. São analisados diversos fatores, como a eficácia do tratamento e a resistência a pragas.
 
Como funciona o cultivo das plantas macrófitas:
 
- O processo de cultivo das mudas consiste em várias etapas. Primeiramente, antes de iniciar o processo em laboratório, é necessário fazer a colheita das sementes de taboas na vegetação, em ambientes naturais e úmidos. “É importante observar que elas devem ser colhidas em banhados de diferentes municípios, pois a variabilidade genética aumenta a resistência a pragas, como pulgões, fungos e mosquitos”, alerta a bióloga Daiane.
 
- Com as sementes, as etapas no laboratório se iniciam. As plantas são germinadas na água, em temperatura e luminosidade controladas, por um período de quatro dias.
 
- Após, são transferidas para um substrato (solo nutritivo). Na sequência, são colocadas em um suporte que prende a planta em uma balsa, onde permanecem por mais cinco semanas. Esta balsa que será colocada sobre o esgoto para que as plantas tratem os resíduos.
 
- Concluído o processo, com duração média de três meses para cada planta, algumas mudas são transferidas para uma estufa incubadora. Outras continuam no laboratório em condições controladas. Somente após atingirem 30 centímetros de altura elas podem ser transferidas para o esgoto.

Foto: Aline Polesso
 

 
 

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