Pesquisa pode auxiliar na compreensão da qualidade da água | Universidade Feevale

Pesquisa pode auxiliar na compreensão da qualidade da água

19/09/2014 - Atualizado 16h48min
Tese de doutorado do programa em Qualidade Ambiental desenvolve índice mais compreensível para o usuário de empresas de saneamento

O transporte e a diluição de efluentes domésticos e industriais realizados em manancial usado como fonte de água para consumo humano causa preocupação à população usuária destas águas, principalmente em função de notícias sobre desastres ecológicos e os baixos índices de tratamento de esgoto doméstico no Brasil. Informações sobre a qualidade da água consumida publicamente são disponibilizadas a todos os usuários, sendo que a divulgação desses dados é obrigação imposta por lei.
 
Entre as ferramentas utilizadas para fornecer informação de qualidade, os índices de qualidade de água (IQAs) têm desempenhado um papel importante. Esses índices têm como objetivo apresentar, de forma simples e de fácil compreensão para a população, um conjunto relativamente complexo de informações físico-químicas e microbiológicas avaliados em amostras representativas de águas coletadas por um tempo determinado. 
 
Frente à relevância do tema, o professor da Universidade Feevale Carlos Nascimento propôs, como parte de sua tese de doutorado, pelo programa em Qualidade Ambiental da Instituição, o desenvolvimento de um novo índice de qualidade da água. Orientado pelo coordenador do programa, professor Fernando Spilki, o trabalho tem o objetivo de possibilitar uma melhor qualidade de informação aos usuários da água e aos gestores de sistemas de tratamento de água para consumo humano. O índice foi construído a partir do índice canadense CCME-WQI e da legislação brasileira que trata da qualidade mínima requerida para que a água possa ser usada em processos de purificação de água para consumo humano. 
 
O índice proposto foi aplicado em resultados obtidos por meio de monitoramento realizado durante 2012, em cinco pontos de captação de água para consumo humano da bacia hidrográfica do Rio dos Sinos. Foram analisados oito parâmetros de qualidade da água: Escherichia coli, DBO5-20, fósforo total, nitrogênio amoniacal, oxigênio dissolvido, pH, sólidos totais e turbidez. Como resultado, conclui-se que o índice proposto gera informação de melhor qualidade para a sociedade do que o usado atualmente pela Agência Ambiental do Estado (Fepam), possibilitando conexão entre a legislação brasileira e a indicação de qualidade para os diferentes usos da água definidos pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente. 
 
A pesquisa tem o intuito de contribuir para o conhecimento de gestores de empresas de saneamento e da população usuária da água distribuída por essas empresas. Foram parceiros do estudo a Companhia Rio-grandense de Saneamento (Corsan), o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e a equipe de pesquisa do Laboratório de Microbiologia Molecular da Universidade Feevale.
 
Informação acessível é lei
 
Anualmente, as empresas de saneamento precisam apresentar informações a respeito da qualidade da água, do uso e da ocupação da bacia hidrográfica onde é captada a água para consumo humano. Essa é uma determinação da Lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990 (regulamentada pelo decreto  nº 5.440, de 4 de maio de 2005). A lei determina que o consumidor de águas distribuídas publicamente deve receber relatório anual até o dia 15 de março de cada ano.
 
Saiba mais
 
O Índice de Qualidade das Águas usado pela Fepam foi criado em 1970, nos Estados Unidos, pela National Sanitation Foundation. A partir de 1975, começou a ser utilizado pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb). Nas décadas seguintes, outros estados brasileiros adotaram o IQA, que hoje é o principal índice de qualidade da água utilizado no país. A utilização de índices de qualidade da água (IQA) é comum no Brasil e no mundo - entre os índices mais utilizados estão o WQI da National Sanitation Foundation - NSF (EUA) e o CCME do Conselho Canadense de Ministros do Meio Ambiente. Índices de qualidade apresentam como informação as expressões: excelente, bom, ruim ou péssima, permitindo que o usuário compreenda satisfatoriamente a informação.
 
“Um índice de qualidade não deve ser utilizado como única fonte de informação. Ele é uma ferramenta auxiliar no processo informativo, por isso, é necessário que os resultados obtidos sejam avaliados individualmente por profissional da área. Além disso, ainda que para uso humano, os parâmetros avaliados não são ideais frente às tecnologias empregadas no tratamento da água; por esse motivo, os resultados para esse uso não devem ser considerados como definitivos”, Carlos Nascimento, professor e autor da tese de doutorado. Os parâmetros utilizados podem ser conferidos aqui.

Veja diferença entre os índices

 
 

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