Feevale e Grupo Herval desenvolvem estudo para indicar colchão específico por biotipo | Universidade Feevale

Feevale e Grupo Herval desenvolvem estudo para indicar colchão específico por biotipo

18/02/2019 - Atualizado 14h38min
Coleta de dados

Pesquisa realizada pela Universidade e Herval auxiliará a empresa na otimização de sua linha de produtos e contribuirá para a qualidade de vida dos clientes

 Universidade Feevale possui uma parceria estabelecida com o Grupo Herval, de Dois Irmãos/RS, desde 2014, com enfoque para as pesquisas que envolvem a ergonomia, a biomecânica e o conforto aplicados às suas linhas de produtos. Ainda antes de 2014, a empresa vinha reavaliando o seu amplo mix de produtos para melhor categorização dentro das famílias, também fazendo atendimento ao que passou a estabelecer na Portaria do Inmetro 52/2016. Diante deste foco, estruturou o planejamento e cronograma ao projeto com objetivo de “Prover pesquisa de mercado bem como análise da linha atual – Colchões de Molas, condicionando readequação do portfólio de produtos, incluindo: Otimização | Biotipo | Multi-name”, sendo que ao tema de Biotipo foi fundamental articular estudo e apoio com a Universidade. Em 2019, um destes projetos, cujo objetivo é promover maior conforto e qualidade de sono a partir de parâmetros biomecânicos e ergonômicos, entra em sua fase final. Trata-se do estudo Avaliação e definição de parâmetros ergonômicos e de conforto para colchões de mola.

A pesquisa científica foi coordenada pelas professoras Eliane Fátima Manfio, doutora em Biomecânica, e Jacinta Sidegum Renner, doutora em Ergonomia, e está vinculada à Linha de Pesquisa em Saúde e Inclusão Social, do Programa de Pós-graduação em Diversidade Cultural e Inclusão Social e ao grupo de pesquisa em Design da Universidade Feevale. O projeto tem como intuito principal avaliar e definir parâmetros ergonômicos e de conforto para colchões de mola, relacionado à distribuição de pressão de contato, em diferentes tipos de colchões de mola, com as características corporais (dimensões do corpo) e com a percepção de conforto dos usuários. 

Mesmo seus produtos atuais sendo confortáveis e muitos com apelo tecnológico, a Herval percebeu a necessidade de estudos científicos para fundamentar a indicação do colchão de acordo com o biotipo dos usuários, levando em conta as diferentes características entre os seres humanos. “Atualmente, todos os produtos ofertados no mercado em escala industrial são baseados em parâmetros isolados (peso e altura) e de confortos gerais, ou seja, não levam em consideração detalhes como a posição com que cada pessoa costuma dormir e possíveis limitações, dores e características demográficas (idade/altura/peso) que, alinhadas com outros aspectos, podem ser fatores importantes para a definição correta da compra”, explica Rafael Cristiano Reis, coordenador de Desenvolvimento de Produto da Herval.
 
Para o desenvolvimento da pesquisa, foram selecionados, dentre o mix de produtos da empresa, 28 colchões de mola. Durante o estudo, que aconteceu de 2016 a 2018, na sede da empresa, em Dois Irmãos, foram realizadas as avaliações para a caracterização dos usuários, avaliações antropométricas, avaliações da pressão de contato e avaliações da percepção de conforto dos usuários. Os participantes do estudo, após terem as características físicas analisadas, participavam da coleta dos dados, sendo avaliados na posição deitada, em decúbito dorsal e lateral, sobre os colchões selecionados. Uma manta de pressão, conectada ao computador, foi posicionada sobre os colchões, o que permitiu avaliar a distribuição da pressão de contato entre o corpo do usuário e o colchão. A coleta de dados foi realizada no HergoLAB – Laboratório de Ergonomia e Conforto Herval, espaço que foi criado especialmente para esse e novos estudos na empresa. Como voluntários, foram selecionados funcionários da própria Herval, respeitando todos requisitos na composição de distintos biotipos.
 
A primeira fase do projeto já foi concluída, a partir da qual será possível apresentar uma nova linguagem para a classificação dos colchões de mola da empresa Herval, bem como garantir que seu mix de produtos seja distribuído para atender às demandas do mercado e distintos biotipos. A expectativa é de que, até final de 2019, já se tenha a concepção de material de apoio à venda e um protótipo do aplicativo, para colocar em prática em uma das marcas especializadas de colchões da empresa, sendo estendido, posteriormente, para as demais marcas. Além disso, a aplicação das pesquisas e separação do mix de produtos por grupos estará presente na nova marca de colchões, no qual o foco são produtos “personalizados”, como o resultado do projeto HergoLAB. A previsão de lançamento dessa nova marca, que já tem nome – Personno –, é para o primeiro semestre de 2019.

Parceria universidade-empresa


A pesquisadora Eliane Manfio lembra que este é um estudo que passou por todos os rigores e protocolos científicos. “O objetivo principal é que as informações científicas e validadas decorrentes do estudo possam ser transferidas para na extensão do ciclo entre desenvolvimento de produto ao ponto de venda, podendo ser utilizada para esse e novos produtos”, declara.
Na foto abaixo, professoras Eliane Manfio e Jacinta Renner no HergoLAB durante a coleta de dados.
Eliane e Jacinta

Conforme Rafael Reis, será criado um aplicativo para reunir e direcionar os dados coletados de cada cliente, possibilitando assim o vendedor sugerir alternativas de produtos que mais se adequam ao perfil dos clientes. “Mas é crucial reforçar que o APP é apenas um meio de compilar os dados e agilizar a análise durante o atendimento, pois o grande diferencial desse estudo são os critérios adotados para a classificação de produtos do mix Herval para formar uma metodologia específica que indique o colchão mais adequado para cada pessoa, já em seu desenvolvimento de produto. Além de um atendimento diferenciado nos pontos de venda, também teremos benefícios na parte produtiva da indústria, pois com as análises realizadas no portfólio de colchões Herval, poderemos otimizar a quantidade de modelos em linha, sem abrir mão de possibilidades aos clientes, e com isso teremos menos set ups durante a produção, além de otimizações de estoques, tanto de matérias-primas como de produtos prontos”, explica. Complementarmente, também se tem como objetivo reduzir eventuais reclamações em relação aos produtos comercializados, que são, muitas vezes, escolhas equivocadas na compra do produto pelo consumidor; não havendo critérios para sua escolha. 

De acordo com Gustavo Grings, gerente de Sistemas de Gestão – Qualidade / Inovação da Herval, a relação de longa data entre a empresa e a Universidade está se fortalecendo nos últimos anos, tendo como premissa a integração de competências do mundo acadêmico com as competências do contexto industrial, potencializando um ciclo virtuoso para Inovação. A Herval tem, em sua Política da Qualidade e seu DNA, foco em ‘pesquisar, investir e inovar’. Ao mesmo tempo, há um potencial no ambiente Universitário, que por meio dessa integração ao estudo, reforça os desafios de identificar perfil de produtos e suas respectivas caracterizações; efetuar a correlação dos produtos com proposição dos biotipos definidos; realizar desenvolvimento experimental e propor sistemática para alinhar níveis de conforto através de biotipo com tecnologias de pontos de pressão.  Diante disto, o estudo permitiu consolidar uma nova visão e concepção para melhoria do posicionamento de seu mix de produtos, bem como oportunizar que os desenvolvimentos de produtos estejam contemplando os distintos biotipos, e que o próprio PDV [Ponto de Venda] e/ou consumidor possam selecionar os produtos mais adequados de acordo com as particularidades de seu consumidor/usuário.

 “Formatamos esse projeto e buscamos apoio com a Feevale para reforçar a busca por novas tecnologias e embasamento científico para este estudo, proporcionando uma nova visão do portfólio de produtos aos distintos perfis de clientes. Também oportunizar que, de forma científica e metódica, se possa oportunizar ao consumidor a melhor escolha do produto ao seu biotipo; qualificando também a relação entre PDV/Lojista e Consumidores. Acreditamos que, com o embasamento do estudo, poderemos oferecer um produto mais confortável e ergonômico, melhorando o sono e a qualidade de vida dos nossos clientes, além da satisfação na facilidade da escolha do produto mais adequado ao seu perfil”, afirma. Grings ainda destaca que, em 2019, se pretende complementar uma fase do estudo para consolidar e aprofundar alguns conhecimentos, especialmente no que se refere a utilização de produtos para distintos biotipos (casais), além de confrontar estas análises perante a vida útil do produto. 
 
A professora Jacinta Renner lembra que a Universidade possui vários projetos focados na saúde e qualidade de vida das pessoas, sendo a Herval um importante parceiro. “Essa pesquisa tem profunda relevância por evidenciar a importância entre a ligação universidade-empresa. Nem sempre o tempo da pesquisa é o mesmo da empresa, mas nesse projeto, conseguimos nos entender, e quem ganha são os nossos alunos, professores, a empresa e os usuários finais do produto”, garante.

Já o presidente do Grupo Herval, José Agnelo Seger, acredita que a parceria entre universidade e indústria pode avançar ainda mais. “Não somente na área da saúde e da qualidade do sono, como no âmbito de sustentabilidade: investimentos em pesquisas agregam valor aos produtos e processos. Nosso objetivo, além de manter a sustentabilidade financeira, é ter a marca reconhecida, lembrada e desejada; que crie uma experiência de bem-estar ao consumidor, fidelizando-o aos nossos produto e serviços. É muito importante investir em inovação”, completa.

 

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